Eu estava nessa mesma estrada coberta de lama
E eu não sabia o que havia nela
Mas sabia que haviam corpos
Rãs pulavam por toda parte
Eu estava muito doente
Meu pai tinha a mesma doença que a minha e estava na cama
E então eu não estava mais lá
Eu estava no meu quarto
Na minha cama de casal as rãs pulavam e eu as agarrava pela mão e em vão tentava as jogar fora
Eu não tinha mais força alguma
Camila estava no meu sonho o tempo todo, perguntando se eu não queria ir ao médico com meu pai logo.
Só que eu não conseguia sair de casa por causa das rãs...
Estou com medo do significado desse sonho
Porque os deuses nunca mentem
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
Daya
Ela estava com a mesma camisa de estampa laranja, o sorriso no rosto.
Eu andava e o céu era de um roxo intenso, escuro, claro. O vento soprava forte e eu tinha o cabelo pouco mais longo que agora, o vento quase me fez cair e você riu.
- Finalmente conseguimos ein
- Eu estava ansiosa demais por hoje
- Vem cá, quero te mostrar algo
E então entramos no meu bosque preferido, e caminhamos até a minha primeira árvore, não a que eu ganhei de um amigo e já levei outras pessoas, a minha árvore que era praticamente só minha. Lá eu havia deixado uma toalha com sorvete, cerveja e o violão.
Sentamos e começamos a comer o sorvete antes que ele derretesse e depois as cervejas, quase não havia conversa. Eram risos tímidos e olhares atrevidos. Você pegou o violão e começou a cantar pra mim
- Eu imaginei que você cantasse, mas não sabia que era tão perfeito assim
- Não mais perfeito que você aqui comigo
Eu tirei seu violão e sentei entre suas pernas, ela deitou nos meus ombros e o cabelo amaciava minha pele. E então os olhos dela se ergueram, procurando meus lábios com o nariz, depois rosto, era um toque sútil, pele com pele, respiração com respiração. Até que encontrou meus lábios, sorrimos, rimos na verdade, e então o beijo veio.
Já faz horas que acordei, e ainda posso sentir o beijo em mim.
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
3 calmantes para Luísa
segunda-feira, 3 de setembro de 2018
Nuvens
A cidade corre
Em ti, paro
As nuvens voam, rápido, mais rápido, cada vez mais rápido.
Seu cheiro, inalo.
Os carros vão, o ônibus vem, vai, vem, vai, vem o cão, late, a roda da bicicleta flexiona o chão, o arranha, gasta a borracha, bambeia, ligeira
Em seu rosto meus lábios, pousam.
Pernas apressadas trocam de assento, e outras pernas sentam, levantam, voltam a sentar
Meu sorriso em ti, exalo.
O rosa do céu brinca de esconde-esconde com a chuva
Nós, respiramos
Tudo gira
Nós, simplesmente... Dançamos.
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
12 de setembro de 2017
Antiga
Com janelas enormes
Estilo aquelas casas de roça sabe?
Estava tudo escuro, e eu estava sentada no chão da sala, mas não haviam móveis algum.
Só uma vitrola que tocava uma música do Pavarotti
Então eu comecei a tirar da minha boca uns espinhos grandes grossos e pretos, e saia mto sangue...
E eu sentia muita dor, porém não chorava
Então quando tirei todos os espinhos alguém bateu na porta, abri e recebi um pacote com um bolo lindo
Comi ele
(Mas eu sempre com o olhar perdido)
Então depois de comer o bolo, comecei a tirar novamente os espinhos
Porque o bolo tinha espinhos.
quinta-feira, 26 de julho de 2018
Não encaro como pesadelo...
Porque o desejo tanto...
Na primeira vez eu me deitava em um trilho de trem e esperava ele passar pela minha cabeça, morte rápida...
Da segunda... Estava um por do sol lindo, céu dourado, ventava muito... A avenida lotada, carros... Caminhões... E então eu saltava. Voava e beijava o chão, ainda sentindo meus ossos quebrados via o carro vindo, o primeiro desviava, mas o caminhão não... O senti me atravessar... E então tudo sumiu...
Hoje... Eu pegava uma arma, ainda me lembro do peso dela nas minhas mãos... E puxava através da minha boca
Puf
Tudo acabou
Agora estou aqui
Mais uma vez
Como queria que não fosse apenas sonhos